Domingo, 28 de Fevereiro de 2010

Prisão efectiva...

 

Uma pena de prisão para defesa do ordenamento jurídico
Publicado no Público 27-2-2010 (Francisco Teixeira da Mota)
As mortes na estrada raramente são punidas com pena de prisão efectiva mas a Relação do Porto não esteve pelos ajustes
No dia 15 de Abril de 2006, o Joaquim decidiu tomar uns copos com uma amiga em diversos bares. Quando decidiu parar, já estava com uma taxa de alcoolemia de 1,47 g/l, o que, naturalmente, não o impediu de conduzir o automóvel.
E, assim, conduzia "calmamente" a sua viatura a uma velocidade superior a 100 km/hora, numa estrada onde a velocidade máxima era de 50 km/hora, quando, ao entrar numa curva, dada a velocidade a que ia e o ângulo daquela, deixou de ter controlo sobre o automóvel, que perdeu a trajectória anterior e invadiu a faixa de rodagem da sua esquerda, destinada ao trânsito de sentido oposto (norte-sul), onde, nessa altura, seguiam dois veículos, um imediatamente atrás do outro.
Como consequência daquela invasão da faixa esquerda da estrada, a algumas dezenas de metros depois do final da curva, o Joaquim embateu a mais de 100 km/hora, de frente, na parte frontal da viatura que vinha na outra faixa, não só anulando a velocidade que esta, na altura, trazia, de cerca de 50 ou 60 km/hora, como fazendo com que este fosse projectado em sentido inverso, contra o veículo que seguia imediatamente à sua retaguarda, embatendo-lhe com a traseira no lado esquerdo da sua parte frontal.
Sublinhe-se que o choque frontal não foi suficiente para anular a força cinética de que a viatura do Joaquim se encontrava animada, pelo que continuou a dita trajectória, só se tendo imobilizado, por si, dezenas de metros após o primeiro embate, numa ravina, com cerca de quatro metros de declive.
Esclareça-se, ainda, que na altura do acidente a estrada se encontrava em bom estado de conservação, com piso betuminoso regular, não chovia, e não se apresentavam obstruções visuais ambientais de qualquer natureza.
Segundo foi apurado pelos peritos, o Joaquim, ao imprimir a referida velocidade, mesmo na descrição de uma curva e ao mantê-la até ao momento do embate, causou um impacto cerca de quatro vezes mais violento do que aquele que existiria caso o veículo transitasse ao máximo de velocidade permitida, aumentando assim, entre oito e 16 vezes, a gravidade dos ferimentos e a possibilidade de serem fatais. Por último, acrescente-se que, em consequência do embate e por causa das lesões sofridas com a colisão, vieram a falecer, imediatamente, três pessoas, ficando feridas mais duas.
Julgado, o Joaquim foi condenado pela prática de um crime de homicídio por negligência grosseira, um crime de condução em estado de embriaguez, na pena principal de três anos e três meses de prisão e na sanção acessória de um ano de inibição de conduzir.
Joaquim, ciente da razão que lhe assistia, recorreu invocando argumentos tão fortes como o facto "mais do que evidente" de que um dos falecidos "não fazia uso do cinto de segurança" (no fundo, a sua morte teria sido mais um suicídio do que um homicídio...) ou, ainda, a "inexistência de medidas paliativas, da responsabilidade da entidade que tem jurisdição na conservação da referida via, as quais serviriam para minimizar ou mesmo impedir que acontecessem acidentes rodoviários da natureza" do que lhe acontecera ...
Basicamente, o que pretendia o Joaquim com o seu recurso era que lhe fosse suspensa na sua execução a pena de prisão. Não queria, compreensivelmente, "ir dentro". E, na verdade, no nosso país, as mortes na estrada raramente são punidas com pena de prisão efectiva, apesar dos comportamentos, por vezes, verdadeiramente sinistros que lhes estão na origem, nomeadamente a irresponsável ingestão de bebidas alcoólicas.
Mas, desta vez, o Tribunal da Relação do Porto não esteve pelos ajustes e confirmou, no passado dia 10, a condenação do Joaquim a prisão efectiva, lembrando que "a suspensão generalizada e tida como "normal" ou "corrente" das penas de prisão de amplitude elevada, prejudica grandemente (...) a eficácia preventiva do direito penal". Isto é, já ninguém "leva a sério" as condenações pelos acidentes de viação e "toda a gente" acha que "não há azar" em conduzir com excesso de velocidade e "com uns copos" porque "ninguém vai dentro". Mesmo que se matem pessoas...
Ora, a suspensão da pena é uma medida de conteúdo pedagógico e reeducativo que "pressupõe uma relação de confiança entre o tribunal e o arguido", estando aquele convencido de que a suspensão beneficiará o arguido na sua ressocialização, mas sempre procurando evitar a criação de um sentimento de impunidade generalizado que frustra os fins dissuasórios da lei criminal.
A reacção penal a aplicar "deve, tanto quanto possível, neutralizar o efeito do delito, passando este a surgir, sem sombra de dúvidas, como um exemplo negativo para a comunidade e contribuindo, ao mesmo tempo, para fortalecer a consciência jurídica da mesma", procurando-se, assim, "dar satisfação ao sentimento de justiça do mundo circundante que rodeia o arguido, através do mínimo de prevenção geral de defesa da ordem jurídica".
E, por isso mesmo, muitas vezes, mais importante do que a ressocialização, refere o acórdão, torna-se "necessária a execução de uma pena de prisão para defesa do ordenamento jurídico, designadamente quando o comportamento desviante for revelador de uma atitude generalizada e consequente de não se tomar a sério o desvalor de certas condutas relevantemente ofensivas da vida comunitária, de acordo com os princípios constitucionais relevantes de um Estado de Direito Democrático".
Os juízes desembargadores Joaquim Arménio Correia Gomes, Paula Cristina Passos Barradas Guerreiro (que votou vencida) e José Manuel Baião Papão ordenaram, assim, que o Joaquim recolhesse à prisão.
Condenado pela morte de 4 jovens
2010-02-18
Foi condenado a quatro anos e meio de prisão, com pena suspensa, o motorista do Inter da Boavista que, em Março de 2006, se despistou com uma carrinha do clube provocando a morte de quatro jovens e ainda ferimentos noutros três.
O Tribunal de Braga aplicou 20 meses de cadeia por cada uma das mortes e condenou ainda Sebastião Magalhães a duas sentenças de ofensa à integridade física, que se traduziram em nove e sete meses. Aplicado o cúmulo jurídico, a condenação ficou-se pelos quatro anos e meio de prisão suspensa por igual período.
Além disso, o motorista que transportava os jovens jogadores de futebol para um torneio foi, ainda, condenado ao pagamento de 2 500 euros, que revertem a favor da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Segundo o colectivo de juízes, ficou provado que o veículo do Inter da Boavista seguia a 111 km/hora na altura do acidente, ou seja, em excesso de velocidade.
O arguido foi, porém, absolvido do reembolso da verba à Segurança Social relativo aos tratamentos dos feridos.
Simulação - Recorde-se que, numa simulação tridimensional, feita na última sessão do julgamento no Tribunal de Braga, os peritos contratados pela acusação concluíram que o despiste que vitimou os desportistas terá ocorrido quando a carrinha circulava a uma velocidade "não inferior a 116 quilómetros por hora".
O Ministério Público e a família dos jovens acusavam Sebastião Magalhães, o motorista do Inter da Boavista, de quatro crimes de homicídio por negligência. A defesa pedia a absolvição de Sebastião Magalhães, alegando que não ficou provada a sua culpabilidade no acidente.
O motorista do clube, de forma voluntária, transportava os jovens para um torneio de futebol quando se despistou na Variante do Cávado. Ontem, durante a leitura da sentença, as emoções voltaram a fazer-se sentir no interior do tribunal.
Os jovens jogadores de futebol da associação bracarense dirigiam-se para um torneio quando, numa manhã fria e de nevoeiro, a carrinha se despistou matando quatro dos ocupantes. Três jovens ficaram feridos, um deles, irmão gémeo de uma das vítimas mortais, esteve dois meses em coma.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Braga&Option=Interior&content_id=1497500
Morreu de madrugada quando ia para casa
Uma colisão entre um carro e uma mota provocou, ontem de madrugada, em Chaves, a morte a um homem de 49 anos. Aparentemente, o condutor do carro não se terá apercebido do motociclo e abalroou-o. Eram ambos da mesma aldeia.
 
O acidente ocorreu cerca das quatro da madrugada na recta de Vila Verde da Raia (EN 103-5), a menos de um quilómetro do cruzamento de Santo Estevão, no sentido Chaves/fronteira. Ao que tudo indica, o condutor do ligeiro, de 27 anos, não se terá apercebido da presença da mota que seguia à sua frente, embatendo-lhe na traseira. Com a violência da colisão, ambos os veículos foram parar a um terreno agrícola contíguo à via. Desde o local do embate, até onde pararam terão percorrido mais de cem metros.
 
O condutor do motociclo morreu no local, apesar das várias tentativas de reanimação por parte da equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação do INEM.
 
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Vila%20Real&Concelho=Chaves&Option=Interior&content_id=1496601
Despistou-se com carro e abandonou três filhos
Condutor admite que fugiu do local para ir pedir socorro
Os Bombeiros de Oliveira de Frades foram chamados, no sábado, para acudir às vítimas do despiste de um carro no centro da vila. Quando chegaram ao local, depararam-se com três crianças sozinhas. O pai e condutor tinha desaparecido sem deixar rasto...
O que aconteceu, de facto, é que o condutor e pai dos três menores de cinco, nove e 11 anos abandonou o local pelo seu próprio pé depois de também ele ter sido resgatado do interior do veículo por um morador.
"Ouvi uma gritaria e fui ver o que se passava. Como havia pessoas dentro do carro, acabei por partir o pára-brisas e retirei o pai e as três crianças cá para fora. Quando dei conta, já o homem tinha desaparecido na confusão", testemunha António Almeida.
Alvo de fortes críticas de populares, que suspeitam que tenha desaparecido para evitar fazer um teste de alcoolemia,
João Paulo Ferreira Tavares defende-se: "Não abandonei os meus filhos. Nunca o faria por motivo algum. Só saí dali porque o meu telemóvel ficou partido e tinha de ir chamar a minha irmã para nos vir ajudar"…
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viseu&Concelho=Oliveira%20de%20Frades&Option=Interior&content_id=1489933
Comboio esmaga carrinha e mata condutor
Um homem morreu… quando o veículo que conduzia foi colhido por um comboio, em Vila Real de Santo António, numa passagem de nível sem guarda.
O condutor, de 69 anos, não se terá apercebido da proximidade da composição e não conseguiu evitar o embate. O ligeiro de mercadorias em que seguia foi arrastado cerca de vinte metros. O homem, reformado de uma empresa de transportes rodoviários de Faro, teve morte imediata.
Os moradores da zona queixam-se da falta de sinalização….
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Vila%20Real&Concelho=Vila%20Real&Option=Interior&content_id=1489945
Filho de Durão Barroso sofre acidente
28-10-2009  
Francisco Durão Barroso foi contra um poste e ficou com o pescoço bastante maltratado, o que o obriga a usar colar cervical…não ganhou para o susto quando, numa saída nocturna com os amigos, se distraiu e foi contra um poste.
O estudante de 21 anos, filho do presidente da Comissão Europeia, deslocava-se na capital quando embateu num poste. Apesar de não ter ferimentos mais graves, Francisco ficou com o pescoço bastante maltratado, o que o obriga a usar colar cervical.
http://www.tvi24.iol.pt/moda-e-social/francisco-durao-barroso-acidente-colar-cervical-durao-barroso-poste-ferimentos/1098903-4061.html
 

"Temos de nos tornar na mudança que queremos ver".

Mahatma Gandhi

 

 

publicado por cambiantevelador às 16:19
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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010

A23 - recurso...

 

Vítimas do acidente da A23 querem ver motorista punido
2010-02-19
Já deu entrada no Tribunal de Castelo Branco o recurso da decisão do colectivo de juízes que em Dezembro último condenou a quatro anos de prisão, com pena suspensa, a condutora envolvida no acidente da A23, que provocou a morte a 17 pessoas, em 2007.
João Marcelo explica que a decisão dos juízes "se agarra demais à peritagem" e foi por não concordar que decidiu avançar com o recurso. Segundo o causídico, o documento foi entregue na última semana, e agora todas as partes envolvidas (Ministério Público, advogados dos condutores do autocarro e do automóvel e juízes) "têm 45 dias para se pronunciarem, após terem sido notificados". "Só depois o recurso subirá para o Tribunal da Relação de Coimbra", explica.
O advogado da condutora do automóvel também entregou o pedido de recurso no tribunal, onde alega igualmente que o condutor do autocarro deve ser condenado porque teve responsabilidades no acidente.
"Entendemos que não foram apuradas como deviam ser as causas do acidente. No nosso entendimento, aconteceu porque o autocarro fez um desvio para a faixa de rodagem do ligeiro. Há provas no processo e depoimentos que o comprovam", concluiu.
O acidente ocorreu por volta das 19.30 horas do dia 5 de Novembro de 2007, na A23, muito perto do nó de saída para o IP2. Resultou do embate entre um automóvel conduzido por Carina Rodrigo e o autocarro da Câmara de Castelo Branco que transportava os alunos da Universidade Sénior, e onde seguia o motorista Fernando Serra.
O caso chegou a julgamento em Novembro último, e um mês depois o colectivo de juízes condenou Carina em cinco meses de prisão por cada um dos 17 crimes de homicídio por negligência, ao que acrescem 14 meses de prisão por seis crimes de ofensas à integridade física. A pena única ficou estipulada em quatro anos e quatro meses de prisão, suspensa por igual período. Carina ficou também inibida de conduzir durante 10 meses.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Castelo%20Branco&Concelho=Castelo%20Branco&Option=Interior&content_id=1498502
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1497545&seccao=Norte
 
Acidente da A23: GNR admite «confusão»
No processo não consta a taxa de alcoolemia do motorista do autocarro em que morreram 17 pessoas
O militar da GNR ouvido esta sexta-feira no julgamento do acidente da A23, em 2007, admitiu ter havido uma «confusão», que deixou o processo sem a taxa de alcoolemia do motorista do autocarro em que morreram 17 pessoas, escreve a Lusa.
http://diario.iol.pt/sociedade/a23-autocarro-gnr-acidente-julgamento-taxa-de-alcoolemia/1106288-4071.html
 
Investigação do acidente na A23 ainda não terminou                                             «A investigação aguarda relatórios de perícia do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e do Instituto Superior Técnico (IST), relacionados com o local e circunstâncias do acidente», disse Hélio Miranda, comandante da BT da GNR em Castelo Branco.
http://diario.iol.pt/sociedade/a23-acidente-inquerito-investigacao-gnr-bt/940042-4071.html
 
A23…
http://cambiantevelador.blogs.sapo.pt/54082.html
 
“Se você possui conhecimento, deixe os outros acenderem as suas velas com ele”
Winston Churchill
 
 
 
 
 
 
 
 
publicado por cambiantevelador às 23:53
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010

"Auto-Mobilizados"...

 

SINAIS DO TRÂNSITO
Manuel João Ramos
 
Textos publicados no semanário O Independente, em 1998-99 e coligidos posteriormente no livro Sinais do Trânsito, publicado pela Assírio & Alvim, em 2000.
 
 
(…)
 
POSFÁCIO
 
As páginas que precedem constituem um diagnóstico algo impressionista, e certamente debatível, de um país que se perdeu um dia nas teias do “progresso”.
 
São páginas que dão conta de uma imensa insatisfação pessoal, mas também de uma paradoxal congratulação, perante o retrato de um país automobilizado (mas não auto-mobilizado), e submetido a uma generalizada mentalidade inconscientemente criminal.
 
Eu e o leitor existimos hoje como parte de um colectivo nacional que foi subitamente colonizado por modelos de desenvolvimento importados sem que tivesse criado em devido tempo capacidade crítica para a eles reagir.
 
E tanto eu como o leitor temos um conhecimento mútuo mínimo da existência de elevados ideais, igualmente importados ou importáveis, de equilíbrio social, cultural e tecnológico.
 
 
Constrangidos pelas nefastas consequências de modelos de desenvolvimento que nos subjugam, é inevitável – mais cedo ou mais tarde – vir a recusá-los, ansiando pela realização de ideais que nos redimam das mil asneiras praticadas, e de nos curar da doença do “progresso” tal como ela se manifesta nas mentes, nas estradas e nos passeios portugueses.
 
E no entanto de nada valeria pretender a esses ideais sem sofrer, na carne, os efeitos de um previamente desejado”progresso”. A minha congratulação é de natureza cínica. Prevejo que o remédio colectivo será tomado, e que a situação actual se modificará, indubitavelmente.
 
A incivilidade bárbara que faz do automóvel um instrumento de abuso de poder, de destruição violenta do direito dos cidadãos a uma vida decente, ou simplesmente à vida, tem os dias contados (embora não os saibamos contar, de forma precisa).
 
Será inevitavelmente reconhecido, num futuro mais ou menos próximo, o estado de espírito criminal que se insinuou, se disseminou e se generalizou a uma fatia substancial da população automobilista portuguesa.
 
Sei que o meu diagnóstico, apesar de impressionista, está correcto. Sei que luto por uma terapia assente no reconhecimento colectivo de uma doença. Mas, ainda assim, eu sei que, lutando por um futuro indefinido que vem aí, inexoravelmente, eu o temo tanto como ao instalado presente.
 
E sei também que gostarei tanto ou tão pouco de viver no futuro que ajudo a construir, como no presente que ajudei antes a destruir. Quanto à minha insatisfação, ela advém de uma pergunta que eu reconheço como não tendo resposta.
 
Se a degradação do sistema de relacionamento social no trânsito rodoviário e na organização da vida urbana são evidências para as quais há no entanto remédio eficaz e já testado, porque motivo nos sentimos obrigados a beber o cálice até à última gota?
 
A minha insatisfação advém do facto de não estar certo que o sacrifício de vidas inocentes seja um imperativo para a mudança. Mas, porque estou mal, quero essa mudança. Quero alguma paz.
 
Fonte e textos:
http://iscte.pt/~mjsr/Docs/Manuel%20Ramos%20-%20Sinais%20do%20Transito%202000.pdf
 
 
"A diferença fundamental entre o homem comum e o guerreiro, é que o guerreiro encara tudo como desafio, enquanto o homem comum encara tudo como bênção ou maldição."
 
Carlos Castañeda, antropólogo
 
 
publicado por cambiantevelador às 00:14
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Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2010

Combustíveis "Brancos"...

 

Os combustíveis de marca branca prejudicam o seu carro?
Um dado, pelo menos, parece certo: existem diferenças entre os produtos.
 
A polémica é tão antiga quanto os próprios combustíveis de marca branca. São os produtos comercializados nas áreas comerciais dos supermercados iguais aos das marcas de referência?
 
Estes combustíveis prejudicam a mecânica do carro?
 
Quanto à primeira questão parecem já existir poucas dúvidas: a resposta parece ser não. De acordo com Galp e com a Associação Nacional de Revendedoresde Combustíveis, os produtos de marca são enriquecidos com aditivos que fazem a limpeza e manutenção dos motores, melhoram a performance do veículo e contribuem para a redução de emissões poluentes.
 
O próprio presidente da Autoridade da Concorrência referia-se, em Outubro, aos produtos de marca branca como "produtos mais simples".
 
E, em Junho, o Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade suspendia uma campanha do Jumbo onde este publicitava que "a única diferença entre o combustível do Jumbo e os outros é o preço", fazendo saber que "os produtos são distintos".
 
No entanto, esta "diferença" não implica necessariamente que os combustíveis de marca branca prejudiquem as componentes mecânicas do automóvel.
 
Em declarações ao Económico, o grupo Auchan, detentor das áreas comerciais do Jumbo, refere que: "Os nossos combustíveis não prejudicam as mecânicas dos automóveis, uma vez que cumprem toda a legislação em vigor que assegura esta garantia.
 
Temos, como qualquer operador neste mercado, vistorias por parte do Ministério da Economia e Inovação com o objectivo de verificar a conformidade dos nossos produtos e nunca foi levantada qualquer questão". Também o grupo Mosqueteiros diz estar "seguro que o produto cumpre os requisitos do decreto-lei nº 89/2008 de 30 de Maio".
 
Tendo em conta que as marcas brancas compram o combustível (sem aditivos) às petrolíferas, Galp, Repsol, BP, etc, o grupo Auchan levanta ainda uma questão pertinente:
 
"Se esta aditivação é recente, e aparentemente praticada apenas por algumas companhias e não em todas as suas gasolineiras, então podemos concluir que ao longo dos últimos anos estas companhias têm vindo a comercializar um produto que danifica as mecânicas dos automóveis? Semelhante aquele que os hipermercados agora comercializam?".
 
O Diário Económico ouviu ainda os construtores automóvel GM, Toyota e Renault. Todos referem não se opor à utilização dos combustíveis de marca branca desde que estes cumpram com as normas e padrões de qualidade impostos pela legislação em vigor.
 
De acordo com a Toyota, "todos os nossos motores estão optimizados para funcionarem com combustíveis enquadrados nas normas em vigor". E a Renault acrescenta ainda que "um utilizador de combustíveis de marca branca beneficia do mesmo tipo de garantias contratuais com a excepção (válida para qualquer combustível de marca branca ou não) da utilização de combustíveis adulterados".
 
http://economico.sapo.pt/noticias/os-combustiveis-de-marca-branca-prejudicam-o-seu-carro_78793.html
 
O que é bom para o país é bom para a General Motors e o que é bom para a General Motors é bom para o país.
Charles Erwin Wilson
 

 

 

 

publicado por cambiantevelador às 00:47
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Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2010

Evitar Acidentes...

 

DIRIGIR COM ATENÇÃO EVITA ACIDENTES
AUGUSTO ALVES DA SILVA
Augusto Alves da Silva (Lisboa, 1963) tem vindo a afirmar-se desde a década de 1990 como uma das mais originais interrogações da arte do nosso tempo sobre a condição da imagem na sociedade contemporânea.
 Os seus trabalhos com fotografia e vídeo aproveitam meticulosamente as possibilidades técnicas destes suportes para criar em imagens e situações que revelam a atitude crítica e singular do seu autor em relação a estereótipos da arte e da vida, reveladores do artifício das suas representações.
Em Dirigir Com Atenção Evita Acidentes o assunto é o próprio acto de “dirigir”,
o acto de conduzir um automóvel (ou uma bicicleta ou um avião).
 
Sob a forma de uma publicação de artista similar a uma revista, Augusto Alves da Silva reúne um conjunto de fotografias que são outras tantas manifestações do que se vê quando se conduz, num constante desafio às expectativas do banal, constantemente provocado pelo acontecimento extraordinário.
 
O universo de muito do que possa ser associado ao automóvel, aos seus fetiches, mitologias e catástrofes, é revelado num conjunto de imagens onde o insólito está sempre omnipresente: ruas, estradas, placas de sinalização rodoviária, imagens de stands ou de “salões” de automóveis, painéis publicitários, uma aterragem de avião, um camião que transporta uma casa, raparigas que conduzem, um ciclista nu na cidade, o mundo inteiro resumido numa vista ou numa paisagem a partir de um carro, os pormenores do interior de um automóvel constroem um caleidoscópio tão errático quanto vertiginoso na paginação alucinada destas imagens.
 
Um projecto que chegou a estar previsto para fazer parte de uma campanha de prevenção rodoviária resulta agora numa operação de desconstrução de muitos dos estereótipos associados ao automóvel como modo de vida.
 
As 50 fotografias foram feitas entre 2006 e 2009.
 
http://www.serralves.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=1373
 
“Quando se consegue fazer as coisas comuns da vida de uma maneira fora de comum, dispõe-se da atenção do mundo”.
George Carver
 
 
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Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2010

«Segways»...

 

Ante projecto de Decreto Regulamentar da circulação de «Segways» em espaços públicos
Está a ser preparado pelo IMTT um Decreto Regulamentar que estabelece um regime experimental de circulação de «Segways» em espaços públicos, e foi solicitado à ACA-M que apresentasse o seu contributo.
O Segway é um equipamento pertencente a uma classe de veículos que tem recentemente recebido atenção de fabricantes e utentes, em relação à qual só nos últimos anos os diversos estados europeus têm procurado estabelecer regulamentação própria de forma a resolver uma situação de indefinição legal, com consequências negativas na gestão dos sistemas de mobilidade.
Esta classe de veículos é conhecida como: Veículo Eléctrico Pessoal ou VEP (Electrical Personal Vehicle).
A ACA-M concorda portanto com a necessidade de uma regulamentação clara sobre as possibilidades e limites da circulação deste tipo de veículos nos espaços públicos, preenchendo-se o actual vazio legal em Portugal, e considera que é imperioso fazê-lo de forma reflectida e informada, pelo que tem todo o gosto em poder apresentar as suas contribuições.
Consulte aqui: o ante projecto do IMT
  http://www.aca-m.org/w/images/e/e6/Ante_projecto_IMTT_para_decreto_que_regula_da_circula%C3%A7%C3%A3o_de_segway_em_espa%C3%A7os_p%C3%BAblicos.pdf
As recomendações e comentários da ACA-M
http://www.aca-m.org/w/images/e/ef/Contributo_ACA-M_para_o_Ante_projecto_de_decreto_regulamentar_da_circula%C3%A7%C3%A3o_%C2%ABSegway%C2%BB_em_espa%C3%A7os_p%C3%BAblicos.pdf
 
 "Ser ou não ser bicicleta"
Veículos destinados ao turismo na cidade que têm pedais, cabina, mas também têm motor estão há um ano parados porque ninguém sabe como os classificar.
http://cambiantevelador.blogs.sapo.pt/63981.html
 

 

"Não existe apenas um método para estudar as coisas"
Aristóteles
 

 

 

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Sábado, 13 de Fevereiro de 2010

Sociedade...

 

 

Sociedade civil
 
Sexta-feira, Fevereiro 12
Vítimas na estrada: novas regras de contagem
Não são regras de trânsito, mas dizem respeito a todos os utilizadores da via pública, sejam eles automobilistas ou peões.
Em primeiro lugar, desde o início do ano a contagem das pessoas que morrem nos hospitais 30 dias após os acidentes rodoviários passa a ser contabilizada.
Uma medida que, segundo a Autoridade Nac. para Segurança Rodoviária, permitirá uma melhor monitorização da sinistralidade. Em segundo lugar, está em discussão a obrigatoriedade de serem feitos testes médicos mais rigorosos aos novos condutores. Duas medidas esperadas há algum tempo que podem permitir uma evolução positiva da sinistralidade rodoviária, já que Portugal continua no quadro negro em comparação com os restantes países da UE.

Convidados:
Ana Raquel da Conceição, Associação dos Industriais do Ensino de Condução
Filomena Araújo, Pres. Assembleia-Geral da GARE – Associação para a Promoção de uma cultura de Segurança Rodoviária
Carlos Lopes, Director da Unidade de Prevenção Rodoviária da Autoridade Nacional Segurança Rodoviária
Emília Agostinho, Presidente A Nossa Âncora
http://www.sociedade-civil.blogspot.com/
 
Video do programa:
 http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=23283&idpod=35495&formato=flv
 
 
 
publicado por cambiantevelador às 01:29
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Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2010

Suicídios na estrada...

 

 Dia Europeu do Número de Emergência 112

 

http://cambiantevelador.blogs.sapo.pt/44555.html

 

 

 
Condução: Mulheres ultrapassam homens nas cartas de condução desde 2001, excepto 2009
Portugal registou, pela primeira vez, em 2001 um maior número de novos condutores femininosdo que masculinos, o que se tem repetido desde então, excepto em 2009, revela o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT).
Do total de 172 574 novos condutores em 2001, 87 483 eram mulheres e os restantes 85 091 homens.
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10548378.html
 
 
Condutores: ACP concorda com testes feitos por centros médicos, desde que não encareçam cartas de condução
24 De Janeiro de 2010
(…) Em declarações à agência Lusa, o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) garantiu estar de acordo com a criação de Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP), que vão testar as aptidões físicas, mentais e psicológicas dos novos condutores, desde que "não venham encarecer as cartas de condução".
O Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) revelou hoje que os centros só deverão entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2011.
No entanto, o Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir (RHLC), que estabelece a obrigatoriedade da realização de testes médicos e psicológicos aos novos condutores nos Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP), vai entrar em vigor na segunda-feira (dia 25 de Janeiro), embora o IMTT se reconheça que os efeitos imediatos "não são significativos".
"Para que o regulamento produza efeitos, é necessário que existam os CAMP", disse à Lusa o presidente do IMTT, António Crisóstomo Teixeira, adiantando que é necessário abrir concursos públicos para garantir a existência de um centro em cada distrito.
De acordo com Carlos Barbosa, o ACP "desconhece a regulamentação e quando sairá. Sem a vermos não podemos comentá-la, mas o que é estranho é que se fala nisto há muito tempo", acrescentou.
Para já, e apesar de o RHLC entrar em vigor na segunda-feira, a avaliação médica e psicológica aos novos condutores vai continuar nos moldes actuais, através de exames feitos por médicos particulares ou nos centros de saúde.
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10587702.html
Avaliação psicológica só arranca em 2011
Cartas de condução estarão condicionadas por exames físicos e mentais
Os centros de avaliação médica e psicológica, que vão testar as aptidões físicas, mentais e psicológicas dos condutores, só devem entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2011, segundo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT).
Entretanto, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, considerou "francamente positiva" a criação dos CAMP, porque "clarifica a função pericial" e retira aos médicos que devem tratar dos doentes o ónus de passar estes atestados. Pedro Nunes, manifestou-se, contudo, "muito preocupado" com um eventual atraso na regulamentação do
decreto-lei 313/2009, de 27 de Outubro, que aprova o Regulamento da Habilitação Legal apara Conduzir (RHLC)…
De resto, os presidentes das Associações do Ensino da Condução e dos Cidadãos Auto-Mobilizados são favoráveis à criação dos CAMP, mas aguardam com expectativa a regulamentação do diploma para ver em que condições irão funcionar.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1477963#AreaComentarios
Até 7% dos acidentes de condutores solitários podem ser suicídio
Publicado em 09 de Janeiro de 2010
Um condutor deprimido e um volante podem resultar numa mistura explosiva. As autoridades suecas estimam que até 7% dos acidentes mortais de condutores sozinhos possam ser casos de suicídio. Em Portugal não há estudos aprofundados das causas de acidentes e o fenómeno não está identificado.

Ao nível internacional, são escassos, os dados estatísticos sobre suicídios ao volante e, em muitas situações torna-se difícil estabelecer com segurança se essa foi a causa do acidente. Na Europa, apenas Suécia, Finlândia, República Checa, Suíça e Polónia têm bases de dados que incluam esta causa, embora nalguns sistemas sem autonomização entre suicídios e morte natural dos condutores.

Um estudo aprofundado sobre suicídios e morte natural de condutores, realizado na Suécia, financiado pela Administração das Estradas, concluiu que o suicídio por despiste é quase exclusivamente masculino e prevalece na faixa dos 25 aos 34 anos.
 A forma mais típica é o embate contra árvores ou estruturas rochosas, mas também pode ocorrer por colisão contra camiões de transporte de mercadorias. Do total de casos estudados, 24% das vítimas tinham tentado o suicídio no ano anterior ao do acidente e cerca de metade tinham diagnóstico de estados de depressão ou perturbações.

Sendo o
país europeu que mais ferozmente tem perseguido o objectivo de zero mortes na estrada, a Administração das Estradas Sueca (SRA) começou em 1997 a estudar de forma aprofundada as causas de todos os acidentes, criando para o efeito uma comissão governamental.
Foi assim que começou a ser detectada o fenómeno do suicídio, com implicações para as seguradoras: percebeu-se que em muitos casos o método era escolhido pela garantia de pagamento de prémios às famílias.

Em Portugal, admite a Associação Portuguesa de Seguradoras, não há estudos sobre esta matéria. Os seguros automóveis têm cláusulas que excluem o pagamento de prémios se os acidentes tiverem origem intencional, mas na prática não há identificação exaustiva de causas, se bem que haja casos inequívocos de suicídio e locais em que foram tomadas medidas de prevenção,
de que é exemplo o Sítio, na Nazaré.

Em 2006, a GNR promoveu o primeiro estudo nacional de causas da totalidade dos acidentes com vítimas mortais ocorridos no ano anterior.
Concluiu que 91% tinham resultado de factores humanos, sendo o excesso de velocidade o responsável por mais mortes (30,3%). Factores como a imprudência (3,1%) e doença súbita (2,9%) também eram identificados…

http://www.ionline.pt/conteudo/41041-estrada-ate-7-dos-acidentes-condutores-solitarios-podem-ser-suicidio
Automutilação cresce entre os mais jovens
Criar proximidade e falar abertamente do assunto são estratégias para detectar sinais de perigo e prevenir suicídios e automutilações.
A depressão é a principal causa de suicídio em todas as idades, incluindo os jovens",
afirma Daniel Sampaio, autor de extensa bibliografia sobre a matéria e investigador do Núcleo de Estudos do Suicídio do Hospital de Santa Maria, Lisboa.
"Há um continuum de sofrimento, de desesperança. Não é por ter uma negativa ou perder a namorada que um jovem se mata. Os suicídios repentinos são excepcionais", sublinha.
Há uma história de tristeza intensa e prolongada, alterações no sono e no apetite, falta de esperança na vida e nos outros, culpa, desespero e, frequentemente, ideação suicida claramente verbalizada. "Entre os que se suicidaram, 70% avisaram que o iam fazer", alerta o psiquiatra, que enfatiza a necessidade de valorizar sempre essas mensagens.
Valorizar não significa culpar ou repreender, mas, antes, "criar proximidade". Ou seja, gerar oportunidades para se falar do assunto, sem mitos ou tabus, e estar presente, o mais possível. Pedir ajuda especializada é também aconselhável quando os sintomas se avolumam.
Os sinais de depressão nem sempre são descodificados pelos pais, professores e amigos.
São confundidos com a instabilidade emocional característica da adolescência. Daniel Sampaio explica que o comportamento normal distingue-se do patológico pela intensidade e persistência com que se apresenta. "Se um jovem tira uma negativa, não é significativo, mas se tirar quatro ou cinco pode ser. Se de vez em quando, gosta de estar sozinho no quarto é normal, mas se o isolamento social é persistente, pode ser problemático. Gritar numa discussão não é relevante, mas se o jovem grita todos os dias e recusa frequentemente o convívio familiar, pode ser motivo de alarme."
Num contexto de sofrimento e de desesperança quanto ao futuro, perdas, humilhações, rejeições ou fracassos podem ser a gota de água que transborda o copo do desespero e espoletar o suicídio.
Um estudo realizado em 1999, com 800 adolescentes de vários pontos do país, concluiu que um terço dos jovens apresentava ideação suicida. A passagem do pensamento ao acto depende, porém, de vários factores, sendo o suporte familiar e dos amigos um dos mais importantes, sublinha Maria Gouveia Pereira, autora de vários estudos sobre o suicídio na adolescência e professora do Instituto Superior de Psicologia Aplicada/Instituto Universitário.
Conspiração do silêncio
O problema é que apoiar pressupõe valorizar os sinais e ser capaz de falar sobre o assunto. "É mais fácil negar, desvalorizar ou silenciar. Calámos o que nos incomoda", considera a psicóloga. Uma acentuada descida no desempenho escolar é o sintoma mais valorizado pelos pais, mas há outros, igualmente preocupantes, como o isolamento social.
"Um jovem que não sai à noite, não arranja problemas, não bebe e não fuma, não suscita preocupações aos pais, mas a falta de amigos, de convívio com pares, pode ser indiciador de que algo não está bem", enfatiza a psicóloga.
A conspiração do silêncio alimenta a ignorância. Duas investigações realizadas em Portugal demonstraram que adolescentes e os professores não sabem reconhecer os sintomas de perigo e, consequentemente, são inaptos para ajudar, sublinha Maria Gouveia Pereira.
Os números oficiais referem uma diminuição da taxa de suicídios em Portugal. Contudo, trata-se de um assunto incómodo. Até para as estatísticas. Em caso de dúvida, é preferível classificar a morte de um jovem como acidental ou devido a causas indeterminadas, mesmo que as circunstâncias - como a queda de um prédio alto ou na via férrea - sejam suspeitas. A realização sistemática de autópsias psicológicas ajudaria a clarificar muitas situações.
Automutilação para aliviar sofrimento
Os suicídios podem estar a diminuir, mas há indicadores de risco que estão a aumentar. É o que acontece com os para-suicídios: auto-agressões, como cortes e queimaduras, infligidas para aliviar sofrimento psicológico através da dor física, mais controlável e, por isso, mais tolerável.
 "Não há estudos rigorosos sobre os para-suicídios, mas calcula-se que por cada caso que chega às unidades de saúde, haja três que não são conhecidos", de acordo com Carlos Braz Saraiva, psiquiatra que há longos anos estuda a suicidologia e responsável pela criação da Consulta de Prevenção do Suicídio dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).
O único estudo epidemiológico, realizado em Coimbra em 1996, deu conta de uma realidade inquietante (600 casos por cem mil habitantes e por ano), principalmente entre as raparigas dos 15 aos 24 anos. No fim da década passada, uma actualização desses números apontava para um aumento de 25%.
O empirismo clínico colabora essa tendência. "Todos os dias, dão entrada na Urgência dos HUC dois ou três casos de para-suicídio, de todas as faixas etárias", refere Braz Saraiva.
Música e suicídio
Outra investigação, realizada no âmbito de uma tese de doutoramento sobre música, morte e suicídio, apurou que 35% dos jovens inquiridos assume ter tido comportamentos de auto-mutilação.
Abílio Oliveira, psicólogo social e docente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, estudou 1300 jovens dos 15 aos 19 anos e concluiu que há uma associação entre o gosto por música dita pesada e comportamentos de risco e ideação suicida.
Contudo, "não se pode falar de relação de causalidade", enfatiza o autor de Ilusão na idade das emoções, acrescentando que ninguém resolve matar-se por ouvir determinada música ou ler certo escritor.
"Os gostos musicais são um bom indicador dos sentimentos do adolescente, desde que enquadrados no modo como encara a vida e representa a morte, o suicídio e a si próprio" , sublinha Abílio Oliveira. E acrescenta: "Os adolescentes dizem que querem morrer, acabar com tudo, mas na realidade querem é desaparecer daquela vida. Ao tentar a morte, esperam sobreviver e renascer para um sentido para a vida. A morte não é o fim. É um fim".
http://jn.sapo.pt/Domingo/Interior.aspx?content_id=1483193
 
Investigação de acidentes
http://www.dem.ist.utl.pt/acidentes/
 
 
 

 

publicado por cambiantevelador às 01:26
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Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2010

IP4...

 

AS ESTRADAS ESTÃO “CHEIAS” DE PONTOS NEGROS
 
As ENTIDADES com responsabilidades públicas, no conforto dos gabinetes oficiais, adormecidas, acordam para dizer que "as coisas estão a melhorar" e o que é preciso é "ser-se optimista".
 
Nos acidentes rodoviários, a estrutura viária é co-participante, contribuindo para o crime rodoviário. Os governos construíram estradas inseguras e continuam por identificar muitos problemas locais para ajudar a planear estratégias que evitem acidentes de elevada gravidade. FB.
 
Três mortes no mesmo local do IP4 em 24 horas
Choque entre dois carros num cruzamento vitimou dois irmãos
Em pouco mais de 24 horas, três pessoas perderam a vida no cruzamento de Vale de Nogueira, no IP4, na sequência de dois acidentes que resultaram de colisões entre dois veículos de cada vez, quando tentavam atravessar a estrada para entrar na bifurcação.
Uma das vítimas, uma mulher de 80 anos, morreu no local do acidente, o irmão acabaria por falecer, cerca das 3 horas, no Hospital de Bragança.
(...) As vítimas regressavam a casa, depois de ter participado no velório de um homem que havia morrido na sequência do acidente de quinta-feira... "Quase todas as vítimas tiveram de ser desencarceradas"
Zona perigosa - Numa semana, ocorreram mais quatro mortes em acidentes nas estradas do distrito de Bragança que, em 2009, registou dez vítimas mortais e 59 feridos graves, mesmo assim, o distrito do país com a segunda menor taxa de sinistralidade, segundo a Autoridade Nacional para a Prevenção Rodoviária.
No ano passado, só no IP4, troço entre Vila Real e Bragança, pereceram oito pessoas, "a maioria delas no concelho brigantino", afirmou o responsável pela Associação de Utilizadores do IP4, Luís Bastos que defende a realização de uma investigação no local para apurar quais os problemas do cruzamento, que já estava referenciado como "perigoso".

A entrada em Vale de Nogueira, ao quilómetro 190 do IP4, no troço que atravessa o concelho de Bragança, estava assinalado pela GNR como uma zona perigosa, por se tratar de um cruzamento desnivelado, mas até esta semana nunca tinha sido registada uma sinistralidade tão elevada.

 

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Bragan%E7a&Concelho=Bragan%E7a&Option=Interior&content_id=1488621
Acidente faz dois mortos em Esposende
 
(...) Um dos mortos tinha 25 anos e era bombeiro nos Voluntários de Esposende, segundo a mesma fonte. A outra vítima mortal tinha cerca de 35 anos, havendo ainda a registar ferimentos numa jovem de 24 anos que seguia na mesma viatura.
 
 
O acidente ocorreu na EN-13, pelas 01:35 e traduziu-se no despiste da viatura em que seguiam aquelas três pessoas, que era conduzida pelo jovem bombeiro.
 
"A viatura embateu violentamente contra uma casa e ficou completamente desfeita", referiu a fonte dos bombeiros, admitindo excesso de velocidade como uma das possíveis causas do acidente.
 
O condutor teve "morte imediata", enquanto o outro ocupante masculino "acabou por morrer na sala de reanimação" do hospital de Viana do Castelo.
A mulher que ficou ferida foi transportada para o mesmo hospital, onde foi submetida a uma intervenção cirúrgica.
 
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Esposende&Option=Interior&content_id=1489065
Seis pessoas morreram ontem nas estradas portuguesas
Seis pessoas morreram ontem nas estradas portuguesas, onde se registaram 214 acidentes entre as zero horas e as 24h, segundo dados relativos a sinistralidade rodoviária da Guarda Nacional Republicana (GNR)
 
De acordo com informação divulgada no site da GNR, os distritos que registaram mais acidentes foram: Porto (40), Aveiro (25), Braga (24), Lisboa (21) e Faro (20), enquanto as vítimas mortais foram registadas em Leiria (2) e Lisboa, Évora, Faro e Portalegre (uma em cada distrito).
 
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=162065
 
Acidente IC2
http://www.youtube.com/watch?v=EmDbIZW4JTY
Estradas portuguesas são as mais inseguras da União Europeia
Artigo de 2004.
http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=590097
 

"Ideias genéricas e uma grande presunção estão sempre em via de causar uma terrível desgraça".

Johann Goethe

 

publicado por cambiantevelador às 00:39
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Domingo, 7 de Fevereiro de 2010

Janeiro mortal...

 

 

Janeiro Mortal

Será este o resultado de um determinado tipo de comportamento confinado à estrada, ou, também, o espelho do que se passa nas relações sociais,  laborais, de negócio e institucionais, em Portugal?!

 

 

 
 
 
Janeiro: 64 mortos nas estradas
Primeiro mês de 2010 foi mais mortal do que em 2009
03-02-2010  - Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram em Janeiro de 2010 64 mortos, mais três do que em igual período do ano passado, divulgou a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), esta quarta-feira.
Os dados da ANSR, que reúne os números da PSP e da GNR, indicam que entre 1 e 31 de Janeiro 64 pessoas perderam a vida em acidentes rodoviários, enquanto no mesmo mês do ano passado tinham sido 61.
Morreram mais no Porto
Segundo a ANSR, o distrito do Porto foi aquele onde os acidentes provocaram mais mortos (17), seguido do de Lisboa (7), Setúbal e Braga (6).
Já no distrito de Vila Real não houve vítimas mortais em acidentes nas estradas no primeiro mês do ano.
Os dados da ANSR mostram, igualmente, que em Janeiro 171 pessoas ficaram gravemente feridas nos acidentes, mais duas do que no mesmo mês do ano passado.
Os feridos ligeiros também aumentaram no primeiro mês do ano, face a Janeiro de 2009, tendo passado de 3020 para 3190.
Estes dados são apenas relativos ao território continental, não incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
Os números das vítimas mortais contabilizadas dizem respeito às mortes no local do acidente ou durante o percurso para o hospital. As pessoas envolvidas em acidentes que morrerem nos hospitais nos 30 dias seguintes também passarão a fazer parte das estatísticas da sinistralidade rodoviária relativas a 2010, mas a ANSR só publicará estes números dentro de seis meses.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/estrada-acidentes-sinistralidade-seguranca-rodoviaria-psp-gnr/1136461-4071.html
 
Montijo: colisão mata condutora
Viatura ligeira da vítima mortal colidiu com um autocarro 29-01-2010 
(…) O acidente, cujo alerta foi dado aos bombeiros às 20:25, ocorreu na Estrada Nacional 11, em frente à escola primária de Sarilhos Grandes, no concelho do Montijo.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/acidente-montijo-colisao-estrada-sinistralidade-autocarro/1135191-4071.html
 
Despiste na A28 mata dois polícias
O aparecimento de um cão na auto-estrada A28 terá motivado o violento despiste… Um subcomissário e um aspirante a oficial da Polícia de Segurança Pública morreram ontem vitimados pelo despiste do carro em que seguiam, na A28, na zona da Póvoa de Varzim… Os feridos são igualmente aspirantes a oficial da PSP e frequentam a Escola Superior de Polícia, em Lisboa. A idade dos quatro envolvidos situa-se entre os 25 e os 30 anos.
(…) o veículo… galgou o separador central, ao quilómetro 30"…. Segundo testemunhas ouvidas pelas autoridades, o aparecimento súbito de um cão em plena auto-estrada terá motivado o despiste do veículo e subsequente acidente, mas,  não foi possível confirmar a veracidade do motivo do despiste.
 
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=P%u00f3voa+de+Varzim&Option=Interior&content_id=1483635
 
Morreu uma das três jovens atropeladas
 
Realiza-se hoje, ás 16 horas, o funeral de Carina Sampaio, a jovem de 16 anos, que na passada segunda-feira, foi atropelada em Pevidem, Guimarães, após mais um dia de escola.  A aluna da Escola Básica de Pevidém caminhava na berma da estrada juntamente com dois colegas quando, um automóvel ligeiro, conduzido por um rapaz de 24 anos, chocou contra eles.
 
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Guimar%E3es&Option=Interior&content_id=1483038
 
Além fronteiras:
Renée ZellWeger sai ilesa de acidente de carro.
 
A actriz Renée ZellWeger, reconhecida pelo trabalho que desempenhou em filmes como "Diário de Bridget Jones" ou "Chicago", ficou sem ferimentos após acidente de carro.
A actriz estacionou o seu Toyota Prius perto do Pacific Palisade, no distrito de Los Angeles, quinta-feira. Mas quando abre a porta para sair do lugar do condutor, Renee Zellweger foi presa e puxada por um outro veículo que ia a passar.
http://entretenimento.pt.msn.com/cinema/article.aspx?cp-documentid=151974036
 
Um carro atingiu
um veículo de assistência da A6 resultando  
4 mortos do embate.
 
Quatro pessoas morreram quando o carro em que seguiam atingiu um veículo de assistência da Société des Autoroutes Paris-Rhin-Rhone, (SAPRR)  que relatava sobre um camião parado na A6.
Em novembro de 2002, um motorista de 82 anos, embateu e matou cinco bombeiros que estavam envolvidos  noutro acidente na A7.
http://lci.tf1.fr/france/2005-02/voiture-heurte-vehicule-assistance-sur-morts-4859578.html

 

 

publicado por cambiantevelador às 13:10
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