ONU 10-12-2008
Acidentes mataram cerca de 830 mil jovens
Em todo o mundo morrem anualmente cerca de 830 mil crianças e jovens, uma média de 2.270 por dia, devido a acidentes, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo a investigação realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Unicef,
as principais causas de morte de crianças e jovens até aos 19 anos são os acidentes rodoviários,
afogamentos, queimaduras, quedas e envenenamentos, mas mais de metade destas mortes podiam ser evitadas.
Os dados referem-se a 2004 e
mostram que as mortes foram provocadas, em 22,3% dos casos, por acidentes rodoviários,
em 16,8% por afogamento (no mar, lagos, piscinas, poços e banheiras), 9,1% devido a queimaduras, 4,2% por quedas e 3,9% por envenenamento.
Associação
Três em cada quatro acidentes com crianças podiam ser evitados
Em Portugal, 75 por cento dos acidentes com crianças e jovens podiam ser evitados, disse hoje a presidente da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI)
«Portugal é dos piores países da Europa em termos de mortalidade de crianças e jovens devido a acidentes»
De acordo com a presidente da APSI,
«os acidentes rodoviários estão no topo como os primeiros responsáveis» pela mortalidade infantil e juvenil
seguindo-se afogamentos, quedas de edifícios, queimaduras, intoxicações, estrangulamentos e asfixia.
«Estes números são assustadores quando se sabe que 75 por cento dos acidentes poderiam ser evitados. Este ano, segundo a comunicação social, já houve 12 afogamentos [não são necessariamente mortes] e seis quedas de edifícios, mas pensamos que existam mais», adiantou.
A responsável da APSI considerou «vergonhoso» haver tantas crianças a caírem de edifícios e defendeu que
a responsabilidade é dos pais, mas principalmente de quem «projecta, constrói e fiscaliza os edifícios».
«Quem vai habitar as casas não sabe avaliar certos tipos de riscos e,
por isso, têm que ser os técnicos a assegurarem que os ambientes e os produtos são seguros», sublinhou.
Sandra Nascimento alertou ainda para a falta de uma «liderança forte e definida para a resolução do problema [dos acidentes com crianças e jovens] e de uma estratégia nacional para a prevenção destes acidentes».
«Em Portugal existe ainda a ideia de que o acidente é uma fatalidade que não se pode evitar e, por acharem que não depende delas, as pessoas não tomam precauções», referiu a presidente da APSI. login
“A vida talvez seja mais bela do que
o permitem os homens"
André Gide